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Esperando receber a faixa presidencial |
Michel Temer nasceu em 1940, no município paulista de
Tietê, a 167 quilômetros da capital. Dezesseis anos antes, seus pais March e
Miguel Elias, cristãos maronitas, haviam deixado para trás o vilarejo de
Btaaboura, no norte do Líbano, com três filhos a tiracolo.
Atualmente, o vice-presidente dá nome a uma rua na
entrada da cidade dos antepassados e vai batizar uma praça.
Temer estudou direito na Universidade de São Paulo (USP) na transição das décadas de 1950 e 1960, mas não se envolveu com a efervescência estudantil de esquerda que marcou o conturbado mandato do então presidente João Goulart. Ele, ao contrário, fazia parte de um grupo de estudantes que seguia o pensamento liberal.
Temer estudou direito na Universidade de São Paulo (USP) na transição das décadas de 1950 e 1960, mas não se envolveu com a efervescência estudantil de esquerda que marcou o conturbado mandato do então presidente João Goulart. Ele, ao contrário, fazia parte de um grupo de estudantes que seguia o pensamento liberal.
Em meio ao curso de graduação, chegou a flertar com a
política estudantil, elegendo-se segundo-tesoureiro do centro acadêmico da
faculdade. Ele até aspirou um voo mais alto, como presidente do centro
acadêmico, mas saiu derrotado da disputa eleitoral.
O peemedebista se formou em direito em 1964, ano em que
os militares depuseram Jango. Recém-graduado, montou uma banca de advocacia com
três ex-colegas da USP. Quatro anos mais tarde, retornou para a academia para
lecionar direito constitucional na Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP).
Até os 28 anos, Temer escreveu quatro livros de direito.
O livro “Elementos de Direito Constitucional” é, até hoje, referência nas salas
de aula de faculdades de direito.
Na época em que deu aulas na PUC-SP, teve contato com o professor André Franco Montoro, que, na ocasião, já era um político experiente, com passagem pela Câmara e pela Esplanada dos Ministérios.
Na época em que deu aulas na PUC-SP, teve contato com o professor André Franco Montoro, que, na ocasião, já era um político experiente, com passagem pela Câmara e pela Esplanada dos Ministérios.
Quando Montoro se elegeu governador de São Paulo no
início dos anos 80, a amizade dos tempos da academia abriu para Temer as portas
da vida política. Em 1981, ele ingressou no PMDB, herdeiro do oposicionista MDB
da época da ditadura.
Fazia pouco mais de uma década que havia sido aprovado no concurso para procurador do estado quando, em 1983, foi convidado por Montoro para assumir o comando da Procuradoria-Geral de São Paulo.
Em meio a uma profunda crise entre as polícias civil e militar, Temer foi deslocado pelo governador para a chefia da Secretaria de Segurança, cargo que viria a ocupar outras duas vezes na carreira. Ali, em meio ao fogo cruzado das polícias paulistas, ensaiou pela primeira vez o papel de articulador político.
Fazia pouco mais de uma década que havia sido aprovado no concurso para procurador do estado quando, em 1983, foi convidado por Montoro para assumir o comando da Procuradoria-Geral de São Paulo.
Em meio a uma profunda crise entre as polícias civil e militar, Temer foi deslocado pelo governador para a chefia da Secretaria de Segurança, cargo que viria a ocupar outras duas vezes na carreira. Ali, em meio ao fogo cruzado das polícias paulistas, ensaiou pela primeira vez o papel de articulador político.
Primeiro, apaziguou o entrevero entre delegados e
oficiais da PM. Depois, chamou a atenção de Montoro ao conseguir convencer, por
meio de uma conversa, centenas de estudantes a desocuparem o prédio da reitoria
da USP, evitando que o Batalhão de Choque tivesse de invadir o local.
Em 1986, Temer tentou a sorte nas urnas pela primeira
vez para uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Terminou a corrida eleitoral
apenas como suplente, mas, dois anos mais tarde, debutava no Salão Verde da
Câmara como deputado constituinte substituindo Antônio Tidei de Lima, que havia
assumido o comando da Secretaria de Agricultura paulista.
À sombra de líderes históricos do antigo MDB, como
Ulysses Guimarães e Fernando Henrique Cardoso, o então calouro da Câmara
conseguiu aprovar o artigo 133 da Constituição, que assegura a inviolabilidade
dos advogados por atos e manifestações cometidos no exercício da profissão.
No final da década de 1980, quando FHC, Serra e Mário Covas se desligaram do PMDB para fundar o PSDB após romperem com Orestes Quércia, Temer optou por ficar nas fileiras peemedebistas, aproveitando a abertura de espaço gerada pela debandada de caciques históricos da legenda.
No final da década de 1980, quando FHC, Serra e Mário Covas se desligaram do PMDB para fundar o PSDB após romperem com Orestes Quércia, Temer optou por ficar nas fileiras peemedebistas, aproveitando a abertura de espaço gerada pela debandada de caciques históricos da legenda.
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Primeiro mandato de deputado federal |
A decisão se mostrou acertada nos anos que se sucederam.
Pegando carona no vácuo de lideranças, Michel Temer ascendeu rapidamente na
estrutura peemedebista. Eleito para a Câmara com 70.969 votos na eleição de
1994, ele conseguiu, já no ano seguinte, ser escolhido pelos colegas para a
vaga de líder do partido.
Temer se sentiu à vontade nos carpetes verdes da Câmara.
Lá, se especializou nas negociações de bastidores e nas articulações políticas.
Em 1997, ele disputou pela primeira vez a presidência da
Câmara. Com o apoio do então PFL (atual DEM), conseguiu se eleger derrotando um
candidato tucano. No comando da casa legislativa, se tornou um fiel aliado do
governo FHC. Dois anos mais tarde, candidato único, reelegeu-se presidente da
Câmara, posto que voltaria a ocupar novamente em 2009.
A rápida ascensão de Temer gerou atrito com outras
lideranças políticas do Congresso. Nos quatro anos consecutivos em que presidiu
a Câmara no final dos anos 90, ele protagonizou duros embates públicos com o
então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (antigo PFL-BA), que
morreu em 2007.
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Maior inimigo na política: Senador Antonio Carlos Magalhães |
Mais tarde, seu principal rival político seria outro
presidente do Senado, o colega de partido Renan Calheiros (PMDB-AL). Até hoje,
os dois rivalizam espaço dentro do PMDB.
Discreto, formal e cerimonioso, Michel Temer tem obsessão
em preservar a família de sua vida pública. Ele está em seu terceiro casamento
e tem cinco filhos.
A atual mulher, Marcela Temer, é 42 anos mais jovem do
que ele. Os dois se conheceram quando ela tinha 18 anos e ele, 60. Temer tem um
filho com Marcela: Michelzinho, de 7 anos.
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Ao lado da esposa Marcela, 42 anos mais jovem que ele |
Do primeiro casamento, com Maria Célia, o presidente em
exercício teve três filhas: Maristela, Luciana e Clarissa. Temer tem também um
filho que nasceu de um relacionamento com uma namorada, em Brasília.
Auxiliares próximos do presidente em exercício contam
que ele fala pouquíssimo sobre a família no ambiente de trabalho. Desde que ele
assumiu a Vice-Presidência, em 2011, Marcela fez raríssimas aparições públicas.
Ainda que Temer passe a maior parte da semana em
Brasília, a mulher e o filho mais novo continuaram vivendo em São Paulo. Ele,
no entanto, costuma viajar nos finais de semana para a capital paulista a fim
de ficar com a família.
Temer costuma usar as horas de folga e as viagens de
avião para ler. Segundo interlocutores, é um leitor contumaz.
Pessoas que trabalham diretamente com o presidente em
exercício o definem como um "gentleman" no trato pessoal com os
subordinados, mas ressaltam que é extremamente detalhista, a ponto de corrigir,
pessoalmente, até mesmo as vírgulas dos textos de auxiliares. Também cultiva,
entre pessoas próximas, a fama de pão-duro.
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Aguardem...Subo já a RAMPA DO PLANALTO.... |
Aos 75 anos, procura fazer caminhadas matinais de cerca
de meia hora para manter a saúde. Em regra, faz os exercícios físicos
acompanhado de sua equipe de seguranças e de um ajudante de ordens, que fica
responsável por atender ao celular enquanto ele está praticando as caminhadas.
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